Nos últimos anos, a inteligência artificial tem ganhado força na educação: ferramentas como ChatGPT, Perplexity, Eduaide, ScribeSense e outras já criam planos de aula, redigem pareceres, elaboram provas e sugerem atividades pedagógicas com um simples comando.
Diante disso, a pergunta que paira no ar, muitas vezes com angústia, é:
“Será que a IA vai substituir os professores?”
A resposta direta é: não, se o que entendemos por ensino for mais do que repetir conteúdos e aplicar tarefas.
Mas sim, se continuarmos reduzindo o trabalho docente a funções que qualquer algoritmo pode desempenhar.
🔄 O que a IA já faz (e faz bem)
Há um conjunto de tarefas dentro da rotina pedagógica que são técnicas, operacionais e repetitivas.
São importantes, mas não exigem, necessariamente, julgamento pedagógico complexo ou leitura de contexto humano.
Por exemplo:
- Criar planos de aula com base em habilidades da BNCC
- Elaborar instrumentos de avaliação com gabaritos e critérios
- Sugerir atividades adaptadas para alunos com dificuldades
- Redigir pareceres descritivos, comunicações com famílias e relatórios
- Propor sequências didáticas, trilhas personalizadas de aprendizagem
- Corrigir provas objetivas e dar feedback automático
Essas tarefas, quando realizadas por IAs bem treinadas, podem economizar tempo, reduzir a sobrecarga e ajudar o professor a se concentrar no que mais importa: o trabalho humano da docência.
🧠 O que a IA não faz (e talvez nunca fará)
Por mais sofisticada que uma IA se torne, ela ainda não consegue e possivelmente não conseguirá:
- Ouvir o silêncio de um aluno e perceber seu sofrimento
- Medir o tempo de uma turma inquieta e mudar a rota da aula ali, na hora
- Saber quando insistir e quando acolher
- Transformar conflito em escuta, e erro em oportunidade de crescimento
- Criar vínculo, confiança, propósito
A IA pode ter dados, estatísticas e acesso a todo o conteúdo disponível.
Mas ela não tem corpo, não tem presença, não tem afeto, não tem história.
Ensinar é mais do que informar.
É um ato de relação, de cuidado, de linguagem viva.
E isso não se automatiza.
📌 Então, a pergunta certa não é se a IA vai substituir o professor.
A pergunta certa é: qual parte do trabalho docente temos alimentado?
Se a escola continuar tratando o professor como operador de apostilas, replicador de metodologias prontas, executor de tarefas sem reflexão crítica… então sim, parte da docência pode (e será) automatizada.
Mas se formarmos professores para serem mediadores, pensadores, construtores de sentido, então a IA será apenas uma ferramenta a serviço de um trabalho que segue sendo profundamente humano.
🏫 E o papel da escola e da gestão?
É urgente que gestores, coordenadores e formadores:
- formem professores para usar IA com criticidade e criatividade
- discutam os limites éticos do uso dessas tecnologias
- fortaleçam o lugar do professor como agente de mediação e não de reprodução
- reconheçam que a inovação só faz sentido se servir à emancipação do sujeito
IA pode fazer muitas coisas.
Mas somente o professor pode formar seres humanos com consciência, pensamento crítico e desejo de transformar o mundo.
📣 Quer provocar sua equipe com esse tema?
Essa é a proposta da palestra “A IA vai substituir os professores?”
Uma reflexão necessária para gestores, professores e redes de ensino que não querem apenas acompanhar a tecnologia, mas ressignificar a docência no tempo das máquinas.
➡️ Conheça mais sobre a palestra em: www.glaucosantosprof.com.br/palestra-saude-mental (role para baixo para encontrar esta palestra).


